segunda-feira, 23 de maio de 2011

As pessoas distraídas têm mais massa cinzenta no cérebro.

As pessoas que se distraem até com uma mosca e mal conseguem cuidar de uma tartaruga agora já tem a quem culpar: um grupo de neurônios do lóbulo parietal superior. Segundo um estudo publicado pela revista Journal of Neuroscience, os resultados revelam que as pessoas mais distraídas costumam ter um maior volume de massa cinzenta nessa região cerebral, algo aparentemente contraditório, já que em teoria ter mais neurônios deveria ajudar a manter a concentração.

- "Na era da overdose de informação, a atenção é todo um desafio", assegura Ryota Kanai, pesquisador da University College de Londres e coautor do estudo.

Algumas pessoas são especialmente susceptíveis a distrair-se olhando o e-mail, seu Time Line do Twitter ou seu mural do Facebook e para averiguar se há alguma base anatômica para a distração, Kanai estudou o cérebro de 145 pessoas que tinham preenchido previamente um questionário para calcular sua tendência à distração na vida cotidiana -ter lapsos mentais, esquecer-se do que foi comprar quando chegam ao supermercado ou onde estacionaram o carro, etc.-.

Os resultados demonstraram que haviam certas diferenças cerebrais que estavam relacionadas com a capacidade de manter a atenção. Concretamente, quanto maior era o número de neurônios no lóbulo parietal superior do hemisfério esquerdo de um voluntário, maior era sua tendência à distração.

A hipótese levantada por Kanai e seus colegas é que à medida que o cérebro amadurece, alguns neurônios e conexões nervosas são destruídos, e esse processo ajuda no controle da atenção. De acordo com esta ideia, as pessoas com mais matéria cinza no córtex cerebral seriam também um pouco mais "infantis" e, em consequência, também um tanto distraídas.

Alice Plizzari

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